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     POESIAS - CRÔNICAS - ARTIGOS DE CAMPO

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        Palavras de profundo alcance filosófico, poético e teológico.

       Os textos aqui publicados são renovados periodicamente. 

O GRITO

 

Ouvi seu grito,

Ecos,

Ricocheteias do seu berro...

Vi suas costas nuas,

Peitos balançando ao vigor do chicote,

Sangue a borbulhar,

Corte agressivo...

Uma preta sendo surrada

Pelo braço mesmo que a cobiça...

Braço tirano.

Bramiu o fio de couro, cortou carne crua...

A mesma que nunca será sua.

Achou um que a amava,

E fê-lo a chicotear,

Cortou carne bonita...

Como se outro a ela matasse,

Matava a sua insana agonia,

A brutal verdade de que a ela pertencia...

Grita a preta,

Grita o amante que a castiga,

Urra o tirano que a quer...

Sussurra a negra a apanhar,

Beiços debatendo-se num bocejo ao amigo que a espanca.

Ela diz: melhor que sejas tu!

Pode o braço que ama ferir sem dor?

Castigo desavergonhado ao tirano...

Meu pensamento a vagar, perdoado por ser poeta,

Sem saber se é frenético ou plácido...

Escuto o grito de além,

“De terra mui remota”, diria o profeta...

Pois que a profecia grita melhor que a poesia.

Há um braço tirano resfolegando-se numa costa nua,

Um fio de couro rasgando uma alma despida...

E ela grita...

É ao amante que grita,

Balança os peitos ao vigor de seu brado:

Pegue o chicote,

Mate-me, tu...

Pegue o que quiser,

Pule para cá,

Perceba o cheiro da filha longínqua...

Pois é melhor que morra na ferida do amigo

Do que mendigar esperança ao chicote do tirano.

Então, é direito...

Corra para cá,

Tome o fio de couro,

O amor é custoso, mas liberta!

Eliel Eugênio de Morais

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